ESTADO MAIOR - 11/11/2012
Frutos do ajuste
A governadora Roseana Sarney retornou ontem de Brasília com direito a curtir um merecido descanso no fim de semana e retomar o batente na segunda-feira com o entusiasmo de quem está iniciando um novo ciclo no comando do Estado. Nos dias que passou na Capital da República, ela cumpriu uma atribulada agenda, com reuniões políticas e administrativas, nas quais resolveu todas as pendências do Maranhão no plano federal. Fechou o roteiro com uma amigável e produtiva audiência com a presidente Dilma Rousseff, que atendeu ao convite para visitar o Maranhão no mês que vem. Da pauta de negociações resultaram acordos com o BNDES e com o Banco do Brasil, encaminhamento de questões pendentes relacionadas com ICMS e outros itens de menor peso, mas fundamentais para embalar ainda mais a administração estadual. Nas reuniões de governadores com autoridades fazendárias da União, a começar pelo ministro Guido Mantega, a governadora do Maranhão foi tratada com cordialidade redobrada. Não por ser mulher ou por posição partidária, mas pelo fato de ter comandado o mais completo ajuste financeiro feito por uma administração estadual nos últimos tempos no Brasil. Isso fez com que o ministro da Fazenda reconhecesse abertamente a situação do Maranhão como um exemplo a ser seguido em matéria de controle financeiro e fiscal. Graças ao ajuste, que exigiu sacrifícios e muito planejamento, o Governo do Maranhão renegociou contratos, teve acesso a convênios e ampliou sua capacidade de endividamento, condição que permitiu contratar o empréstimo no valor de R$ 3,8 bilhões com o BNDES, que será aplicado pelo atual e pelo próximo governo. Roseana retornou de Brasília como um dos poucos governadores que sanearam para valer as finanças dos seus estados e que agora colhem os frutos plantados com o ajuste, entre eles as folhas de dezembro e 13º garantidos.
Turismo I
O ministro do Turismo, Gastão Vieira, organiza um evento que entrará para a história do turismo em São Luís. Comandará, este mês, em data ainda a ser definida, uma reunião de ministros do Turismo da América do Sul para discutir o futuro do setor no Mercosul. A maioria dos ministros já confirmou presença.
Turismo II
A ideia de realizar uma reunião de ministro do Turismo da região continental em São Luís foi tomada em Buenos Aires, há três semanas. Ali, o ministro Gastão Vieira conversou com colegas da América do Sul, obtendo a concordância de todos. A data e a agenda do encontro de ministros do Turismo do Mercosul serão conhecidas nos próximos dias.
Positivo
A governadora Roseana Sarney (PMDB) conseguiu encurralar a oposição com uma semana de forte movimentação política e administrativa. E ainda divididos pela vitória de Edivaldo Júnior (PTC) em São Luís, os oposicionistas não conseguiram reagir com respostas. PCdoB, PSB e PDT fazem questão de manter distância do PSDB, que agora caminha em uma faixa que pretende construir com PPS, PR e PP.
Médio
A semana terminou sem um saldo positivo visível do prefeito eleito Edivaldo Júnior em Brasília. Já na terça-feira, ele deixou de participar da votação dos royalties do petróleo para ter um encontro sem resultado prático com o ministro comunista Aldo Rebello. Quinta-feira, se reuniu com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e com o da Justiça, aos quais pediu recursos.
Reflexo
A retomada da movimentação política do governo Roseana Sarney se reflete também em sua bancada na Assembleia Legislativa. O líder César Pires (DEM) e vice-líder Magno Bacelar (PV) têm sido cada vez mais frequentes na tribuna, repercutindo os avanços do governo e rebate dos ataques da oposição. Ação que o deputado Roberto Costa (PMDB) também tem feito de forma cada vez mais destacada.
Aumento
A revelação do vice-prefeito eleito Roberto Rocha (PSB) - assunto de matéria de hoje de O Estado - pode se transformar no primeiro confronto entre a prática e o discurso do prefeito eleito Edivaldo Júnior (PTC). Rocha deixou claro que as tarifas de ônibus serão reajustadas logo no início da administração, o que vai de encontro à promessa de tarifa baixa e bilhete único pregados na campanha. O vice-prefeito mostra ainda que o aumento tem o objetivo de atrair novos empresários para o setor em São Luís.
Tutela
Para desconforto do ex-deputado Edivaldo Holanda, fica cada vez mais clara a tutela de Flávio Dino (PCdoB) e Roberto Rocha (PSDB) sobre Edivaldo Júnior. É Dino quem determina a agenda de Edivaldo Júnior, enquanto Rocha, como vice-prefeito eleito, dá as cartas na montagem e nos projetos da futura gestão. Além disso, Edivaldo Júnior parece aceitar tranquilamente a tutela.
De família
Edivaldo Holanda, pai, aceita sem maiores problemas a ascendência de Roberto Rocha sobre Edivaldo Júnior. Motivo: relações políticas e familiares, à medida que quando deputado estadual Edivaldo, pai foi líder do Governo Luiz Rocha na Assembleia Legislativa. A dedicação dele ao cargo era tamanha que Rocha, o pai, tentou fazê-lo prefeito de São Luís, sem sucesso.
No frio
O vice-governador Washington Luiz (PT) retorna amanhã ao Brasil de uma viagem de trabalho à gelada Bielorrúsia (Belarus), uma ex-república soviética. País de 9,6 milhões de habitantes e encravada entre a Rússia, Polônia, Letônia, Lituânia e Ucrânia e sem saída para o mar e que sobrevive explorando e vendendo gás. Foi ali abrir negociações com a estatal de distribuição de gás para grande parte da Europa.
Quem é quem
É intensa a briga nos bastidores pelo cargo de secretário de Comunicação na gestão de Edivaldo Júnior na Prefeitura de São Luís. Seriam candidatos os jornalistas Raimundo Garrone, Jorge Vieira, José Machado, Márcio Jerry e Aline Louise. O desfecho dessa peleja é rigorosamente imprevisível.
E MAIS
Agora só o secretário de Planejamento, com as contas rigorosamente em dia e um bom volume de recursos a caminho, João Bernardo Bringel, é a imagem da satisfação.
É cada vez menor a frequência com que o prefeito João Castelo despacha no seu gabinete no Palácio la Ravardiére. Ele prefere circular por secretarias e canteiros de obras.
Ao saber que o vice Washington Luiz estava na Bielorrússia, o presidente interino do Legislativo, o deputado Marcos Caldas, vislumbrou assumir o governo. Mas não deu.
Há quem diga nos bastidores políticos que o prefeito eleito de Caxias, Leonardo Coutinho (PSB), vai herdar um passivo nada desprezível para administrar. Vale aguardar.
Pergunta: quem pagou o show do Chiclete com Banana com que o deputado federal Ribamar Alves comemorou sua vitória em Santa Inês?